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Foi-se o tempo em que nas contratações de uma empresa os entrevistadores analisavam apenas currículo da graduação e a experiência em atividades similares. Hoje, o RH já está começando a perceber o quanto um profissional com alta inteligência emocional tem a agregar à equipe.

O conceito tornou-se muito conhecido a partir das obras de Daniel Goleman, que se especializou no tema e, hoje, ajuda pessoas e empresas a se desenvolverem com foco nas emoções.

Acompanhe o artigo e entenda como o RH pode ajudar uma organização a se fortalecer emocionalmente!

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O que é inteligência emocional?

A inteligência emocional pode ser conceituada a partir de 5 aspectos: autoconhecimento, autocontrole, automotivação, empatia e habilidade de estabelecer relações pessoais. Assim, alguém que tenha esse tipo de inteligência alta domina todas essas dimensões.

É importante se autoconhecer para conseguir entender o motivo das próprias escolhas. A partir do autoconhecimento, é possível adquirir mais autocontrole, já que a pessoa consegue manejar as situações que provocam desconforto.

Com a automotivação, ela não espera que algo exterior provoque satisfação. Ela mesma adquire comportamentos para atingir o contentamento. Já a empatia é essencial para entender e acolher as dificuldades alheias. Por fim, conseguir ter bons relacionamentos é muito importante para construir uma equipe unida e com sinergia.

Qual a importância da inteligência emocional para a empresa?

Goleman desenvolveu uma tese que verificou que resultados eficientes em qualquer área de atuação, seja profissional, seja estudantil, eram influenciados em apenas 20% pelo antigo QI e 80% pelo QE (coeficiente emocional).

Isso nos leva a perceber que não somente toda a formação adquirida pelo colaborador ao longo de sua vida é importante. Mas, sobretudo, o modo como ele se comporta com seus pares, a partir do que sente e das situações estressantes.

Todo mundo que já tenha lidado com uma pessoa tóxica algum dia sabe o quanto ela pode desestabilizar um ambiente e influenciar negativamente um grupo. Esse comportamento contraproducente é típico de pessoas que têm um QE baixo e pode ser muito destrutivo, a ponto de deixar o clima organizacional prejudicado.

Já funcionários com um bom QE têm tendência a ajudar os colegas, pensando no crescimento de toda a equipe e da organização. Eles também se importam em como seus comportamentos, como uma falta no trabalho, influenciarão a produtividade da organização.

Qual o papel do RH nesse cenário?

O RH colabora com o desempenho da empresa, já que, em geral, organizações trabalham de modo integrado com essa área, a fim de enriquecer o planejamento estratégico.

Além disso, um dos grandes objetivos na gestão de pessoas é alcançar o equilíbrio organizacional. Isso é possível quando a área ajuda colaboradores a se sentirem reconhecidos e motivados, para que possam ter um melhor desempenho individual. E, também, quando a própria organização percebe e valoriza os trabalhadores. É uma relação na qual os dois lados percebem vantagens em continuar juntos.

Assim, auxiliar no desenvolvimento da inteligência emocional tende a criar um clima de mais bem-estar e satisfação entre todas as partes.

Como o RH pode ajudar a desenvolver a inteligência emocional?

Há diversas estratégias que um RH pode criar para aprimorar a habilidade emocional nas equipes. É importante avaliar todas as técnicas e sempre tentar adaptá-las à realidade, a fim de que os colaboradores aceitem os processos propostos. Confira algumas formas!

Desperte os colaboradores para a importância do QE para a vida

Antes de tentar realizar alguma mudança e se deparar com certa resistência, conscientize as pessoas sobre o que é o QE e explique quais ganhos elas podem ter na vida profissional e pessoal. Tente elaborar exemplos que façam parte da realidade delas, para que a assimilação seja mais natural. Se necessário, realize parcerias com profissionais especializados no assunto, para que as palestras sejam ricas.

Foque em construir equipes no lugar de grupos

O conceito de grupos e equipes pode se confundir às vezes. Mas é importante se lembrar de que, ainda que todas as equipes sejam grupos, nem todos os grupos são equipes.

De forma geral, um grupo tende a ter membros mais individualistas, ou seja, a visão é apenas para si. Ainda que os funcionários estejam concentrados no mesmo ambiente físico, trabalham isoladamente.

Equipes são mais colaborativas. Não existem apenas os objetivos comuns, mas eles também são compartilhados, a fim de se transformarem em um propósito conjunto. Também existe pouca ou nenhuma competição entre cada membro, já que a cultura colabora para uma sinergia maior.

Desenvolva dinâmicas que abordem os aspectos da inteligência emocional

Existem práticas, como jogos e dinâmicas de vivência, que podem trabalhar o autoconhecimento, o autocontrole, a empatia, a automotivação e a relação social. A partir dessas técnicas, a pessoa adquire mais conhecimento de si mesma, maior cooperação e mais confiança. É importante, no entanto, haver receptividade dos integrantes para que as atividades propostas sejam feitas de forma proveitosa.

Ensine os funcionários a receberem e darem feedbacks

Feedbacks são essenciais em qualquer tipo de trabalho e relação, para que as necessidades de ambos os lados sejam atendidas. No entanto, é possível que exista uma carência em saber como fazer ou receber um retorno negativo.

É uma tendência natural do ser humano procurar, no primeiro momento, se defender de comentários desfavoráveis a respeito de si, principalmente quando a crítica é realizada com uma abordagem inapropriada.

Apesar de não existir uma regra geral, é comum que alguns psicólogos utilizem a técnica de colocar um feedback negativo no meio de outros dois positivos, pois dessa forma o comentário começa e termina ressaltando uma qualidade.

Para quem for recebê-los, oriente-os quanto à importância de ter esse retorno, a fim de que saibam em que ponto devem melhorar.

Incentive os colaboradores a procurarem ajuda profissional se for necessário

Um profissional de RH, por mais competente e experiente que seja, pode se deparar com situações especiais, nas quais o colaborador precisa de uma intervenção individual mais especializada, como uma psicoterapia. Em ocasiões assim, não hesite em esclarecer a ele o quão benéfica para a saúde mental será essa ajuda profissional. Afinal, se ele não estiver se sentindo bem mentalmente, isso pode prejudicar o desempenho no trabalho.

Uma empresa que tenha colaboradores com boa inteligência emocional tende a ter um clima organizacional mais positivo, evitando muitas disfunções típicas da insatisfação. Um RH eficiente precisa estar atento e ajudar a equipe a buscar um autodesenvolvimento nesse sentido.

Que tal continuar lendo sobre o assunto? Veja nosso próximo artigo sobre as 5 características que demonstram inteligência emocional!